sábado, 10 de janeiro de 2009

Por Patrice Lumumba




















“Durante mil anos tu, negro, sofreste como um animal,
tuas cinzas foram espalhadas ao vento do deserto.
Teus tiranos construíram os templos mágicos e brilhantes,
onde preservam tua alma, onde preservam teu sofrimento:
o bárbaro direito dos punhos e o direito branco ao chicote.

De mil anos de padecimentos, surgiu uma força em ti,
na voz metálica do jazz, um grito de libertação desconhecido,
que ressoou no continente como uma marulhada gigante.
O mundo inteiro, surpreendido, despertou aterrorizado
com o ritmo violento do jazz.

O branco empalideceu ante este novo canto,
que carrega tochas purpúreas na escuridão da noite.
Chegou a alvorada, irmão, a alvorada! Olha nossos rostos.
Uma nova manhã desponta na nossa velha África.
Só nossa será a terra, a água, os rios poderosos,
que o pobre negro entregou durante mil anos.

E as resplandecentes luzes do sol brilharão de novo para nós,
secarão as lágrimas em teus olhos e as cusparadas de sua cara.
Enquanto rompes tuas cadeias, os grilhões pesados,
os tempos malvados e cruéis irão para não voltar mais.
Um Congo livre e bravo surgirá da alma negra.
Um Congo livre e bravo, o florescer negro, a semente negra!”

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