sexta-feira, 21 de junho de 2013

Essa "revolução" não é do povo preto

Toda manifestação tem seus líderes. Tem seus cabeças pensantes. Tem seus própositos e objetivos, e muitos desses própositos e objetivos são de desconhecimento da maioria que se juntam na euforia, com gritos de guerra sem fundamento político e ideológico. Não sou massa de manobra. Não sou massa de bolo, muito menos! Quem me conhece sabe, não falaria todas essas coisas por falar. Sou um homem político e isso se estende para toda a extensão da minha vida. Agora, não me venham com essa de "revolucionários" agora, justamente agora que o "carnaval político" começou. Quando a "bomba" estorou, fui buscar os motivos do porque ela estorou. Trabalho de investigação para ter conhecimento de causa. Quando vi eles na frente. Quando vi seus própositos, eu disse, são os velhos "revolucionários" da época da ditadura incorporados nessa juventude. Eu me perguntei, toda luta tem que deixar um legado. Nessa luta, qual será o legado para o meu povo? Para o povo preto, que sofre com o maior problema social, econômico e político, fundamento das desigualdades desta nação, que é o racismo? Qual o legado dessa luta? Sabe, nossa diferença é que eu penso a partir da minha história. Eu não acredito que o ápice dos desrespeitos aos direitos humanos no Brasil se deu na ditadura. Meus ancestrais escravizados continuam oprimidos com essa mentirada. Meus ancestrais continuam oprimidos com essa onda de manifestar-se no sentido de mudar o maquinista de um trem que tem tem destino consolidado. O poder de mudança começa no pensar e agir de acordo com uma consciência política que se acredita real. Eu tenho ideologia, por isso, sou sonhador. Não me venha dizer que criar novos espaços nessa estrutura de poder que estão aí, do tipo, conselho municipal de transportes e etc. vai mudar o rumo de um país que não quer meu povo em seu novo projeto. Eu tenho ideias e ações. Não tenho euforia. Não tenho romantismo. Não tenho caridade. Tenho o dia-a-dia. E isso é vida e a melhor ideologia

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