sábado, 25 de junho de 2011

Por Makini Oluchi: Alimentação do povo preto. Um vetor de destruição


Para além da diferença na quantidade de melanina na pele, olhos; textura de cabelos; e forma dos narizes e boca, negros e brancos se diferenciam geneticamente por influência do tipo de clima das suas regiões de origem.
É sabido que pessoas brancas são originais das regiões acima do Tropico de Câncer, especificamente da Europa, aonde os climas vão de frios a temperados; e negros são originários de regiões intertropicais tendo como local de vivência os continentes afro-asiático aonde o clima vai de quente a desértico.
O clima não é determinante, mas influência não apenas na formação e diferenciação de características superficiais do corpo humano, mas também influi nas características das religiões, nas lingüísticas, nas formas como se dão as relações sociais entre as pessoas e etc.
Com relação à alimentação, já esta cientificamente comprovada, que a nutrição de pessoas de clima frio requer uma dieta rica em alimentos gordurosos, para que haja uma obtenção maior de energia que será utilizada na manutenção da temperatura corporal, e no fornecimento de energia para funções estruturais.
Entretanto em locais de clima quente, o consumo de calorias se dá em um nível bem menor pela falta de necessidade de aquecimento corporal .
A prática de determinados hábitos durante muito tempo ocasiona transformações e adaptações genéticas. Foi o que ocorreu durante milhares de anos com corpos negros e brancos. A necessidade de obtenção maior ou menor de energia e conseqüentemente o consumo de alimentos mais ou menos gordurosos, levou pessoas brancas e negras a terem um metabolismo diferenciado para sobreviverem àquela realidade climática. Metabolismo é o conjunto de reações químicas que acontece no corpo humano, para a obtenção de energia e suprimento estrutural, essas reações químicas age sobre a alimentação ingerida.
O metabolismo dos corpos caucasianos se transformou e se adaptou ao consumo elevado de alimentos gordurosos, tornando-os aptos a consumirem e “queimarem” altas taxas de glicose e gorduras para utilizá-las em próprio beneficio, não trazendo conseqüências danosas á saúde.
Entretanto o metabolismo do corpo negro, pela ausência de necessidade de se aquecer, por conta do clima quente, e de conseqüentemente absorver excedente de gordura e açúcar, não se transformou a ponto de adaptar-se a uma carência fora da realidade vivida.
Essas transformações metabólicas foram transmitidas geneticamente se perpetuando em ambas as raças mesmo estes se encontrando em condições impares. (pós “expansão – marítima” européia). Para evidenciar estas afirmativas podemos recorrer à dieta básica praticada por ambos os povos antes da colonização. A alimentação da maioria dos povos africanos estava baseada no consumo de: legumes, frutas típica de clima quente, raízes, verduras, sementes e cereais; poucos alimentos de origem animal como: leite, carne de frango, peixe e quase raro carne. Atualmente no continente africano em algumas áreas rurais, ou onde não se perdeu os costumes dos antepassados, essa base alimentar continua a mesma.
Em contraponto a alimentação da maioria dos povos caucasianos estava baseada na ingestão de: carnes vermelhas (ricas em gorduras), vegetais e legumes de alto valor calórico como a batata, sementes altamente calórica como as nozes, frutas típicas de clima frio, leite seus derivados, alem dos alimentos farináceos como: trigo e seus derivados.
Com o advento da invasão e exploração de povos africanos pelos europeus houve a imposição (nas America e na África) de costumes alimentares, vestuários e religiosos dos povos caucasianos como tática de dominação. Esta pratica trouxe conseqüências de perdas matérias, de identidade, equilíbrio psicológico, (por conta da violência racial simbólica), afetividade e principalmente perda da saúde.
Com relação à saúde, as conseqüências danosas se deram pela ingestão por parte dos negros de alimentos impróprios para seus tipos metabólicos, apesar dos africanos terem trazido para o Brasil, muitos alimentos que já consumiam na maioria das vezes não foi possível resistir através da alimentação. Os europeus no Brasil imporão, por exemplo: o uso do açúcar refinado, substituição do vinho de dendê por cachaça, o uso carnes (restos de boi) e etc. Nestas condições os africanos escravizados, se utilizaram da criatividade e produziram dos alimentos disponíveis uma culinária altamente calórica.
Com o termino da escravidão os negros continuaram (por desconhecerem os perigos, e por falta de alternativa) a mesma prática alimentar herdada do período escravocrata, consumindo comidas de origem animal, alimentos de origem farinácea como pães, bolos e etc., leite e seus derivados e atualmente o ato consumo de alimentos industrializados, ricos em sal, gordura trans e açúcar. Para somar-se a esta condição há que se indicar as más condições em que estes alimentos são produzidos, potencializando ainda mais seus efeitos danosos.
Como conseqüências desta alimentação imprópria, negros e negras são acometidas diariamente por doenças diretamente ligadas ao seu consumo como: diabetes tipo 2, hipertensão, câncer de estomago e intestino,câncer de próstata, doenças cardíacas, ovários policísticos,mioma e glaucoma. Estatísticas afirmam que pessoas negras tem de 2 a 5 vezes mais riscos de manifestarem estas doenças que pessoas brancas , mesmo quando se alimentam de maneira semelhante , essa situação evidencia que a causa destas doenças não são outras senão o fato de que ,descendentes de africanos não tem metabolismos próprios para digerir alimentações de origem européias( a intenção deste texto não é afirmar que brancos não sofrem com este problema ,mas que negros tem maior propensão por causa da diferença no metabolismo), por conta disso toda a gordura consumida é não é rapidamente metabolizada , sendo levada a corrente sanguínea, provocando entupimento das veias o que ocasiona hipertensão e doenças cardíacas, a grande quantidade de gordura no sangue também retarda a absorção dos nutrientes para o organismo pois estes nutrientes se aderem as gorduras nas paredes do intestino e a não absorção de nutrientes obtidos através da alimentação causa outros sérios problemas estruturais ao corpo humano , a presença de gordura no intestino agride sua pele que é extremamente fina e o excesso de cicatrizações provoca cânceres , alem de bloqueiar a ação dos anticorpos .
Além disso, de acordo com alguns cientistas a maioria da população negra e asiática tem resistência a insulina. A insulina é um hormônio produzido pelo pâncreas que envia um sinal para as células para que ela possa se abrir para receber o açúcar ou a glicose e realizar a catalisação. No caso da maioria da população negra que sofre de resistência a insulina este hormônio não consegue realizar uma catalisação eficiente fazendo desta forma com que o açúcar não seja metabolizado gerando energia, e se acumule no sangue transformando-se por sua vez em gorduras, ou ainda é expelido pela urina o que é diagnosticado como Diabetes tipo 2 ou Diabetes Mellitus ou ainda “urina doce” .No caso das pessoas que possuem Diabete tipo 2 essa situação é agravada mais ainda pois o pâncreas não produz insulina suficiente para a catalisação da glicose absorvida através da alimentação .É evidente que os corpos negros desenvolve este tipo de resistência a insulina porque nosso metabolismo não foi geneticamente adaptado para catalisar altas quantidades de glicose.A população asiática que também sofre deste tipo de resistência , não desenvolve doenças que acometem a população negra por que sua alimentação não foi modificada , eles ainda continuam a praticar uma alimentação própria para seu metabolismo .Um dos sintomas que caracterizam a resistência a glicose é a gordura localizada na região abdominal, situação comum entre os homem e mulheres negras com mais de 30 anos, a alta ingestão de açúcar deteriora nossos corpos ao longo do tempo. Ainda segundo outros cientistas a resistência a insulina pode ser ocasionada pelo alto nível de gordura no sangue impedindo a insulina de realizar suas funções. A resistência a insulina ainda pode causar outros problemas no organismo, pois ela não é responsável apenas por catalisar a glicose, mas também causa insuficiência renal, pela quantidade de glicose que o rim tem que “filtrar” e eliminar pela urina , causas alterações nas pequenas artérias da retina o que pode levar á cegueira essa doença é chamada de glaucoma, impotência sexual, derrames cerebrais, hipertensão arterial, falta de saciedade e conseqüentemente obesidade , pois a medida que a célula não é reabastecida com energia por causa da resistência insulina , o corpo envia mensagem para o cérebro para que essa energia seja reposta através de nova alimentação, causa também dificuldade de cicatrização nos membros inferiores por causa da dificuldade na circulação sanguínea,proliferação de bactéria pois a alta presença de açúcar no sangue causa depressão imunológica, o consumo de açúcar depois das refeições causa cansaço pois a digestão é interrompida para metabolizar o açúcar ,o consumo excessivo do açúcar provoca alergias,osteoporose cálculos renais reduz a capacidade de aprendizado e concentração em crianças, causa instabilidade emocional em adultos .O açúcar refinado é o mais danoso pois queima todos os processos da digestão indo direto para o sangue.
O consumo de alimentos derivados do trigo e ricos em amido , como pães , macarrão, bolos, pizzas biscoitos e etc. aumenta os níveis de glicose e gordura no sangue.
O sal é outro vilão para a população negra, alimentação rica em sal faz o organismo reter maior quantidade de liquido para corrigir a desidratação causada pelo excesso de sal no organismo. Porem a ingestão de uma grande quantidade de liquido eleva o volume de sangue nas correntes sanguíneas causando hipertensão artéria, como já existe uma grande quantidade de gordura no sangue da maioria da população negra, aderida a veias e causando a sua obstrução, o corpo tem que fazer um esforço extra alargando as veias, para fazer aquele alto volume sanguíneo se transportar ao longo das correntes; com o decorrer dos anos a elasticidade vai se perdendo e há um enrijecimento das correntes sanguíneas e alterações na musculatura do coração, o que levar ao maior risco de infarto do miocárdio e derrames cerebrais, além disso os rins que foi sobrecarregado ao longo desses anos para filtrar o sangue com excesso de sal, para de funcionar corretamente , causando insuficiência renal , os cientistas afirmam que negros hipertensos tem duas vezes mais chances que desenvolver doença renal crônica do que brancos hipertensos , eles afirmam não saberes os motivos desta diferença , mais esta claro que o problema esta em nossa alimentação frente ao nosso tipo de metabolismo , pesquisas afirmam que negros africanos são menos hipertensos do que negros americanos , por que alguns ainda preservam uma alimentação livre do excesso de sal gordura e açúcar.
A população negra deve esta atenta aos prejuízos que uma alimentação não adequada ao nosso tipo de metabolismo nos trás. Devemos basear nossa alimentação em frutas, legumes, sementes, cereais integrais que são ricos em fibras (que é responsável por controlar os níveis de glicose no sangue), grãos variados, devemos evitar principalmente as carnes vermelhas, em substituição as carnes devemos utilizar a soja, ou carnes brancas como frango ou peixe que é rica em proteínas e pobre em gorduras , devemos evitar alimentos ricos em gorduras saturadas , gorduras trans ,alimentos industrializados , derivados do leite como manteiga, queijo amarelo entre outros devem estar definitivamente fora de nossa alimentação .
O professor universitário Jorge Conceição vem há muito tempo alertando-nos sobre os riscos de consumirmos alimentação imprópria ao nosso metabolismo. Nós nos alimentamos ainda como escravos e nos orgulhamos disso, nossos antepassados foram heróis ao construírem uma culinária dentro de um contexto de opressão, já que não havia saída, no entanto é necessário que esta geração acorde e entenda que esta não é nossa alimentação natural, e que estamos nos destruindo enquanto povo, já que sem uma boa saúde como podemos inclusive empreender uma luta contra o racismo.
Devemos seguir o exemplo dos nossos irmãos rastafári que vivem resistindo as prejuízos que a alimentação branca trás ao nosso corpo. Alguns rastas praticam a dieta Ital , uma dieta vegetariana , integral e orgânica , os praticantes da dieta Ital procuram viver uma vida equilibrada e em harmonia com toda criação divina ,não consumindo carne. Eles seguem ensinamentos como estes encontrados no Evangelho essênio da paz:
“Comei, pois, sempre da mesa de Deus: os frutos das árvores, o grão das ervas do campo, o leite dos animais e o mel das abelhas. Pois tudo mais, além disso, é de Satã e pelos caminhos do pecado e da enfermidade conduz até a morte. Enquanto que os alimentos que comeis da abundante mesa de Deus dão fortaleza e juventude a vosso corpo, e nunca conhecereis a enfermidade. Pois a mesa de Deus alimentou a Matusalém, o velho, e em verdade vos digo que se vivais como ele viveu, também o Deus do vivo vos dará uma larga vida sobre a terra como a sua.”

“Pois em verdade vos digo que o Deus do vivo é mais rico que todos os ricos da terra, e sua abundante mesa é mais rica que a mais rica das mesas de festa de todos os ricos da Terra. Comei, pois, durante toda vossa vida na mesa de nossa Mãe Terrestre, e nunca conhecereis a necessidade. E quando comais em sua mesa, comei tudo tal como se faz na mesa da Mãe Terrestre. Não cozinheis nem mescleis todas as coisas umas com as outras, ou vossos intestinos se converterão em lodaçais fumegantes. Pois em verdade vos digo que isto é abominável aos olhos do Senhor.”
Também temos como referência, para mudar nossas alimentações e fortalecer-nos espiritualmente e fisicamente, os nossos irmão hebreus pretos chamados de Dimonas que atualmente vivem em Israel e tem uma dieta baseada na alimentação VEGAN, eles afirmam “ se a vaca come verduras e a carne da vaca é saudável , por que não vamos diretamente ao que a vaca come?”
Eles ainda afirmam que como podemos alimentar “nossas crianças com leite de vaca que é próprio para bezerros de que vão pesar três toneladas quando crescerem e nos surpreendemos quando nossas crianças ficam obesas?
Eles afirmam que Tem muitos funerais na África, temos hospitais mais nunca é o suficiente”
Temos que nos perguntar também aqui no Brasil por que estamos a encher as filas e corredores dos hospitais de todos os países onde existem negros em diáspora?
De acordo com o artigo: DIMONA-A comunidade de hebreus pretos em Israel, do historiador Walter Passos :” "um estudo médico realizado em Dimona por pesquisadores americanos em 1998 encontrou a comunidade livre de doenças típicas de Africano-americanos, tais como hipertensão, obesidade e colesterol alto", Os médicos descobriram que apenas seis por cento das pessoas na comunidade Dimona VEGAN sofria de pressão alta, contra 30 por cento dos homens e mulheres negros nos Estados Unidos. Obesos apenas cinco por cento da comunidade Dimona, em comparação aos 32 por cento da comunidade negra nos Estados Unidos (estudo de 1998). Os Dimonas cultivam e produzem alimentos vegetarianos ,e retiram suas rendas dos restaurantes vegetarianos que construíram.
Nosso povo de santo não consumia em solo africano alimentos tão nocivos a saúde ao contrário a única carne que se comia era galinha, carne vermelha era usada em rituais. O Deus Jeová deu ordem expressiva, no livro de levítico cap. 3 vers. 17, para que o povo preto hebreu não consumisse de maneira nenhuma, sangue, carne de porco ou gordura e eles não á consumiam, do norte ao sul do continente africano a alimentação é, salvo as influencias européias, baseadas na obtenção de frutas, verduras, cereais e peixes.
A libertação de nossa mente das amarras da dominação branca que nos empurra para o abismo, passa também por cuidarmos do nosso corpo ingerindo o que é próprio para nós fazer bem fisicamente e conseqüentemente mental e espiritualmente
Por isso libertemo-nos dos manjares da Babilônia!

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Afro-Brasilidade: Usurpação da Cultura Negra


Foi-se o tempo em que viamos a cultura negra ser pensada, protagonizada e vivida somente por negros. Nos tempos atuais, o que mais vemos é o "elemento negro" fora da sua própria cultura. O que antes era motivo de auto-orgulho, resistência, sublevação e auto-preservação de um povo, tem se tornado objeto de cobiça e usurpação por parte dos opressores, os quais julgamos estarem aceitando e valorizando a cultura negra.

Com a idéia (moda) da Afro-Brasilidade, a cultura negra tem perdido seu sentido de existir enquanto cultura essencialmente negra. Se antes capoeira, candomblé, samba, congada, vodu, mais recentemente, hip hop, as vestimentas típicas de negros, a alimentação negra, o trançado, e um cabedal de outros elementos culturais eram perseguidos e marginalizados, hoje são "aceitos" e sugados do seio do povo preto para serem resignificados de maneira usurpadora pelos interesses dos brancos.

Hoje, muitos acham interessante que o homem branco esteja dentro do candomblé, da capoeira, das rodas de samba, fazendo tranças de preto, comida de preto e tentando ao máximo se aproximar e viver a cultura negra. No entanto, esse fato, que parece ser uma conquista para igualdade racial e uma aproximação para um entendimento da necessidade de reparação que faz jus o povo preto, não passa de uma assimilação superficial e simbólica da cultura negra pelos brancos, sendo que essas culturas negras, na perspectiva da afro-brasilidade, já perderam sua essência de cultura negra, se tornando agora elemento da cultura nacional, onde todos aqueles que se identificam com a brasilidade podem fazer parte dessas culturas, pois agora foram reconhecidas como cultura nacional-brasileira, não mais pertencendo a nenhum grupo racial, neste caso, aos negros.

Viver como negro num país como o Brasil, onde a imensa maioria negra não pensa por si, não faz por si, não identifica-se racialmente como africanos diaspóricos, e, muito menos, interfere no destino político e econômico do lugar onde vivem, é doloroso e assombrador. Somos um povo manipulado, conduzido pelos brancos por caminhos espinhosos e circulares. A cada nascer de um novo dia, essa esperança negra vai se diluindo num vazio cada vez mais sem precedente. Cada vez mais, a cidadania negra vem perdendo seu elemento político e autêntico, a cultura negra, aquela que permite que nos conservemos, exista, preserve nossa identidade e nossa história.

A Afro-Brasilidade, essa cartilha da educação "moderna" brasileira, é a mais eficaz universal política de esvaziamento mental, espiritual e existêncial do indivíduo negro. A afro-brasilidade é uma educação branca com forte apelo e sentimentalismo negro distorcidos. É um movimento de usurpação que visa tirar do seio do povo preto seu elemento essencial para existir: sua cultura.