domingo, 23 de novembro de 2008

LIBERTANDO A NÓS MESMOS


A crise interior que afeta o povo negro é visível até mesmo por aqueles que possuem uma percepção menos apurada dos efeitos do racismo. Nós, enquanto povo, passamos por uma crise existencial em todos os planos. É uma crise multifacetada.Acredito que trabalhar somente com a premissa de que somos um povo destruído porque não possuímos os meios materiais para sobrevivência é uma análise superficial. A nossa crise existencial perpassa pelo plano imaterial também. Ou seja, enfrentamos graves problemas espirituais, morais e psicológicos. Enquanto povo dominado, fomos e somos destruídos em nossa essência humana interior. E esta é uma das grandes barreiras que devemos enfrentar e superar.

Quando observamos, no dia-a-dia, a intensidade incontrolável da violência existente em nossas comunidades, do alcoolismo, da promiscuidade, da imoralidade, do oportunismo, da prostituição, do envolvimento com as drogas, da instabilidade e desequilíbrio das famílias negras, do desamor entre nós, e de tantos outros males, não podemos simplesmente dizer que a falta de oportunidade social é a única causa da nossa desgraça. Esta é apenas uma das causas.No entanto, não podemos omitir o fato de que esses problemas só existem, ou são reproduzidos, em nossas comunidades, porque temos uma grande debilidade interior enquanto povo. Somos um povo bastante vulnerável espiritualmente e moralmente.

O racismo, através da sua ação psicológica, destróe-nos por dentro. Sufoca e fragiliza nosso espírito. Impregna-nos de coisas ruins e ódio por nós mesmos. Alimenta o espírito da violência na comunidade negra. Ensina-nos a ser eternos servis e obedientes. Venda nossos olhos para que nós não enxerguemos o nosso verdadeiro inimigo, agredindo-nos constantemente. Devemos entender que a dominação física de um povo é antes de tudo um processo psicológico. Por isso, não significa que se nós estivermos integrados na sociedade, e obtiver todos os recursos matérias nela disponíveis para o nosso desenvolvimento, não seremos um povo dominado. O contrário também é correto, ou seja, não significa que se nós não estivermos integrados na sociedade, e não tivermos acesso aos meios necessários para o nosso desenvolvimento, nós continuaremos a ser um povo dominado para todo o sempre. Dentro da perspectiva desta última assertiva, de não estarmos integrado na sociedade, um povo pode, quando livre, criar meios alternativos para sua sobrevivência sem depender necessariamente daqueles que, neste caso, possuiriam o poder de controle sobre suas vidas.

O processo de libertação de um povo dominado é um ato mental e espiritual também. Sendo assim, é um processo, antes de tudo, consciente e autônomo, onde nós mesmos nos libertamos dos grilhões mentais do opressor. Devemos libertar as nossas próprias mentes. Libertar os nossos próprios espíritos. Steve Biko, no processo de libertação dos africanos na África do Sul, ensinava que “a arma do opressor é a mente do oprimido”.Bob Marley, em sua música “redemption song”, nos ensinou que devemos emancipar nossas “próprias mentes, porque ninguém além de nós mesmos pode fazer isso”. A compreensão de que a nossa luta contra o racismo passa por este outro lado é fundamental para que nós possamos saber de onde nós viemos, onde nós estamos e para onde nós queremos ir enquanto povo. E a libertação interior é a chave para grandes descobertas. Quando nós começarmos a compreender isso, e trilharmos por esses caminhos, estaremos dando passos significativos rumo a libertação da opressão. Um povo fortalecido espiritualmente, enobrecido moralmente, e psicologicamente são, orienta-se em busca da liberdade e da justiça. Quando faltam estes elementos no processo de luta, se promove o conformismo e a resignação diante das causas dos maus. A debilidade interior de um povo faz com que este se adapte com facilidade a opressão, sempre com medo, e evitando a confrontação. Agindo odiosamente contra seus semelhantes. Adaptar-se a um sistema injusto passivamente é uma forma de cooperação com o mesmo.No entanto, a força interior de um determinado povo exige justiça e paz. A liberdade se alcança a partir de uma constante luta interior, que extravasa esse campo, e materializa-se com os atos contra-opressão na vida social.

Precisamos de muito amor para descobrir quem somos, qual nossa verdadeira natureza, qual o nosso verdadeiro papel nesse mundo, e como superarmos essa difícil fase que atravessamos. Nenhuma crise é permanente. Devemos fazer sempre a coisa certa, sem medo de aprender com erros e com coragem para tentar trilhar novos caminhos. Devemos desenvolver a capacidade inerente ao nosso povo de ensinar a humanidade o poder do amor. Fomos um grandioso povo no passado, ensinando ao mundo os princípios da existência humana e da civilização.Se quisermos, seremos um grande povo no futuro. Mas para isso, a libertação mental, o fortalecimento espiritual, o enobrecimento moral, e a compreensão de pertencimento a uma grandiosa raça é preciso. É uma importante fase de um longo e doloroso processo. Venceremos se libertarmos a nós mesmos!

POESIA: HUMANIDADE PRETA

















FORMOSA TU ÉS PORQUE É PRETA
GENIOSA É A ESSÊNCIA DA SUA ORIGEM
GRANDIOSO SORRISO ENCANTADOR
FRUTO DO VERDADEIRO AMOR

NOS SEUS BRAÇOS SOU REI DO TEU REINO
DOS SEUS BEIJOS ME TRANSFORMEI
ME ACOLHE OUTRA VEZ NO SEU VENTRE
E ME GERA EM PRETITUDE ETERNA

SOU HOMEM FRUTO DE UMA MULHER
SOU QUEM SOU, ASSIM TU ME FORMOU
PRETA ÉS MINHA ORIGEM
ASSIM É, TODA HUMANIDADE

POESIA: MULHER PRETA UNIVERSAL














MULHER PRETA UNIVERSAL
PODEROSA CRIADORA
MÃE-TERRA GERADORA DA VIDA
DAS SUAS ENTRANHAS EU SAIR
PARA ELA VOLTAREI E ME ETERNIZAREI

GRANDIOSO É SEU VENTRE FÉRTIL
MEU MUNDO AGRADECIDO
MINHA HUMANIDADE ENGRANDECIDA
PRETA ORIGINAL. IDENTIDADE ÚNICA

ÁFRICA, NÃO FICO SEM VOCÊ
TODOS OS DIAS SINTO VOCÊ
TU ÉS A TODA PODEROSA
MULHER, RAINHA, DEUSA, GENIOSA

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Por que a raça preta é a raça original?


















O povo preto é o fundador do mundo. Desde que a terra foi criada, estamos aqui acompanhando sua trajetória. Escolhidos por Deus, no início da criação, para obter a Sua Imagem e Semelhança, nós, pessoas pretas, somos a raça original. Somos a única raça humana verdadeira na face da terra. Somos nós os precursores da civilização e os pioneiros na dominação dos recursos naturais para suprir as necessidades humanas.

Não há nenhum lugar do mundo onde não se conheça o rastro deixado pelo povo preto pelos milênios histórico. Do norte ao sul e do leste ao oeste, fomos, alías, somos, os primeiros habitantes de todas essas regiões. Para além de dar origem a civilização africana, nós, povo preto, somos os protagonista das principais sub-civilizações humana, como a chinesa, a árebe, a indo-americana e até mesmo a européia.

Tudo que existe em termos de origem, história e cultura humana tem seu princípio no ventre da Eterna-Mãe-Gloriosa-África. Tudo, e absolutamente tudo, tem uma origem preta. Nem mesmo a ciência do homem branco deixa de se render a isso. Os próprios cientista brancos divulgam nos seus meios de comunicação em massa que a civilização humana surgiu na África e que o primeiro povo a existir na face da terra foi o povo preto.

Matemática, astronomia, medicina, astrologia, agricultura, pecuária, construção civil, as grandes religiões do mundo, e um cabedal de outros conhecimentos, foram criados no berço civilizatório preto-africano. Assim, seja pelo fundamento religioso, ou seja pelo fundamento científico, somos o primeiro povo, somos a raça original.

Amor, unificação e libertação do povo original espalhado pelo mundo. Estamos unidos por um só Deus, por uma única história e por uma única origem. Bençãos de Amor Celestial.